quinta-feira, 28 de novembro de 2013

1º Mum´s look ("pós parto")

Já adorava há muito estes calções em polipele da Zara.



Foi assim uma paixão semelhante àquela que desenvolvi (eu e metade da população feminina lisboeta- pelo menos) pelo calção saia branco, da colecção de Verão, e que também vieram parar aqui a casa, mesmo já estando grávida de uns 5 meses...

Estes também adjudiquei ainda com o S. dentro da barriga, experimentei, encolhi a barriga e fiz um prognóstico de como ficariam depois do S. vir cá para fora, e arrisquei!

Claro que, ainda por cima com parto de cesariana, toda a zona abdominal está loooonge de ser o que era, mas a minha esperança é que, lá para 2017, volte a ter uma força de vontade assim daquelas férreas que me façam voltar à forma e os calções assentem assim espectacularmente bem! Estou a brincar, espero conseguir voltar a fazer exercício e a ter cuidado com a alimentação mais brevemente, mas por agora, ainda não posso fazer grande coisa, e não sei se é por causa da amamentação, mas tenho muita fominha e não dá para dietas nem sacrifícios, por enquanto!

Mas por agora, até gostei de os ver, e foi o look que escolhi para o primeiro passeio do S., de que falei no post anterior!

São giros, trendy, e super confortáveis!



Primeiro passeio do baby S.!






Depois de 3 semanas praticamente encarcerados em casa, excepto para uma ida à maternidade, ao pediatra e outra aos avós L. e A. que moram aqui a 5 minutos, hoje resolvemos ir experimentar o arzinho da rua e estrear o S. nestas lides de passear, estar num local público com alguma agitação, socializar, etc!

Na verdade, eu ainda não estava naquele limite de "já não posso ver as paredes da minha casa, preciso sair urgentemente!", pois como lá fora está frio, até sabe bem estar aqui no quentinho, e com este bébé fofo que começa a só querer colo e demora cerca de três horas para comer de cada vez (??!!), nem sobra muito tempo para querer pôr o nariz fora de casa.

Mas ainda assim, estava a apetecer-me olhar para o mar (o que para mim é muito necessário, dado que sempre tive o mar por perto e estar perto dele é mesmo terapêutico), e apanhar aquele ar de praia que sempre me soube tããão bem, então lá fomos marginal fora, por esta nossa "Riviera", e acabámos por almoçar na Capricciosa!

Gosto muito daquele restaurante, pois, como é todo envidraçado, dá para
  estar sempre a ver a praia, e o S. ficou sempre no ovinho, embrulhado na mantinha, cheio de casacos até às orelhas, e excepto um despertar ou dois, ficou sempre ferradinho e sossegadinho enquanto comíamos.

Lá saboreei um calzone (sim, eu ando a portar-me tão bem no que diz respeito à alimentação que em breve vou recuperar o peso... que tinha no final da gravidez, entenda-se!!), e um bolo de chocolate assim quentinho com uma bola de gelado de avelã (mnhaaammmm), soube mesmo bem! Tudo! O passeio, a companhia (o S. ainda não faz muita, mas do T., que ainda está de licença, e tem sido, como sempre, uma grande ajuda, é um papá a 100%!), a comidinha!

E vamos ver se o S. se adapta a estas saídas, de vez em quando, com conta, peso e medida, claro, pois a M. em bébé nunca gostou muito de grandes agitações e várias vezes tivémos que abandonar a correr restaurantes, festas, jantares em casa de amigos, porque ela ficava possuída e gritava tanto que só em ambiente calmo e tranquilo (a nossa casa, mais concretamente), é que voltava a acalmar.

Para primeira saída em passeio, o S. portou-se à altura!

Nota: Claro que convem sempre fazer estes passeios com os bébés de barriguinha cheia e se possível mergulhados em sono profundo... senão é capaz de não correr assim tão bem!

domingo, 24 de novembro de 2013

Vida de mãe... de dois!

O baby S. continua lindo, fofo, cheiroso, coisa boa da sua mãe, irresistível, dorminhoco (um pouco menos, mas "still" dorminhoco), bom feitio (por enquanto), enfim, perfeito! (baba)

Não sei se isto também é por ser a segunda viagem, mas honestamente imaginava estes dias bastantes mais dantescos do que têm sido. Eu e o T. até costumávamos gozar e dizer que seria como aquela música dos nossos Guns 'n' Roses (nossos= da nossa geração... de trintões... ou quarentões... ou aí no meio...), "Wellcome to the Jungle", pois imaginávamos um a chorar para um lado, a outra a chorar para o outro, nós os dois em grande stress e aflição. Mas, graças a Deus, não tem sido, de todo, este o cenário.

É que quando foi com a baby M., a nossa inexperiência aliada ao facto dela também ser uma bébé mais "aguerrida" (chorava mais, com mais ganas e muuuuito mais tempo seguido- quase todo o que estava acordada, e dormia pior), gerava um stress que só visto! Lembro-me que no primeiro banho que lhe démos cá em casa eu e o T. suávamos em bica, com o medo de que a miúda escorregasse e caísse na banheira, ou desamparada no chão, ou desatávamos aos gritos: MAS TU AINDA NÃO PUSESTE AÍ A TOALHA?? MAS NÃO CONSEGUES VESTIR ESSE BODY À MIÚDA??- e coisas assim fofinhas, lembro-me de no final do banho me sentir tão extenuada que pensei: "Oh meu Deus, mas isto agora vai ser assim... TODOS OS DIAS??". Porque de facto tudo parecia extenuante, e tudo nos atrapalhava, uma mera mudança de fralda significava jactos de cócó por cima de nós, das paredes, da cómoda! E as noites mal dormidas pareciam deixar-me completamente exaurida, como se não fosse possível aguentar aquilo por muito mais tempo. Depois também se sente a perda da liberdade, uma certa sensação de "aprisionamento" à situação, e existem ainda uma necessidade interior de mostrarmos ao mundo que somos boas mães, o que nos leva a tomar demasiado a peito os palpites e opiniões que nos dão, o que por vezes gera angústia.

Acredito que tenha passado um bocadinho por um certo "baby blue" por essa altura, e por isso estava à espera de agora sentir algo similar.

Mas não!

Quando temos o segundo, as noites mal dormidas não são supresa, o nosso corpo já tem o registo e adapta-se novamente, e posso dizer que até me sinto com mais energia agora do que na fase final da gravidez do S..

As dúvidas são muito menores, uma vez que já passámos por tudo aquilo uma vez.

O banho é algo absolutamente banal, que dura cinco minutos, tranquilo (apesar do S. chorar, mas é normal no início), e temos dado sempre durante o dia, quando a M. está no colégio, para ficarmos mais livres para ela à noite- o que recomendo!

Os horários são um bocado "ao sabor do dia". Ou seja, no curso de preparação para o parto que fiz quando grávida da M., aconselhavam-nos a deitar os bébés por volta da meia noite, para que nós, mães, pudéssemos aproveitar aquele sono maior e dormir ao mesmo tempo que eles. O que tem toda a lógica. Mas confesso que estar "espartilhada" a esse horário por vezes era cansativo, pois podia acontecer já estarmos a morrer de sono por volta das onze, e a M. também estar em sono profundo, e à meia noite íamos acordar para o banho e às tantas eram duas da manhã e ela despertíssima e nós mortos de sono!

Agora tinha essa dúvida, como geriria a rotina dos dois, e o que tem acontecido é que, como o S. toma banho durante o dia, acaba por mamar por volta das oito, nove, e depois já não o acordo, vamos deitar-nos às onze, meia noite, rezo para que ele durma um bom bocado, e ele, como é bonzinho, costuma dormir até cerca das quatro. No entretanto, aproveitamos o serão para dar a devida assistência à M., jantar, banho, história, os 1001 rituais que tem antes de se deitar (espalhar os livros no chão, distribuir chuchas pelo burro e o panda com que dorme, arrastar uma cadeira de um lado para o outro, esconder-se atrás do cortinado, e finalmente saltar para o colo do pai), com tempo, enquanto o S. dorme (claro que nem sempre corre assim tão bem......).

O "problema" é que o S. acorda por volta das 4h e depois está ali a mamar durante uma eternidade, e depois choraminga quando volto a deitá-lo, e depois suja a fralda, e depois deve ter cólicas, e lá vai passando o tempo (apesar dele não estar sempre a chorar, chora só assim quando está mesmo com uma aflição qualquer), e quando volto a deitar-me são 6h, 6h30m, e por volta das 7h acorda a M.... Pronto, é um bocado duro, até porque este fim de semana ainda tentei voltar à sucapa para a caminha quentinha, pensando que ela ia ficar bem com o seu adorado papá, mas ela só queria brincar comigo e passámos as manhãs na brincadeira as duas, o que quer dizer que acabo por dormir pouco mais que 4 horas. Mas lá está, o corpo vai buscar força e adrenalina sabe-se lá onde, e na verdade, neste momento, tudo dorme nesta casa, menos eu!

Quanto à reacção da M. ao irmão, tem sido a melhor que podíamos esperar! Claro que ela deve ter ciúmes, e a procissão ainda vai no adro, mas, por agora, ela gosta muito do mano, cuida dele, quer pôr-lhe a chucha quando chora, quer dar-lhe leitinho, quer mudar-lhe a fralda, dá-lhe beijinhos e festinhas, vê-se que está contente com a chegada do novo elemento a casa (na verdade, ele ainda pouco interfere com a rotina dela, como já disse).

E quando a família fica assim mais completa, o dia a dia é muito mais giro, e vai ser muito mais daqui para a frente, apesar de todos os desafios que nos esperam, porque a interacção deles é muito gira de se observar, e não há quadro mais babante para uma mãe do que dois filhos embevecidos um com o outro, por isso, quando vejo a M. com o S. ao colo (calma, está seguro por nós, ela senta-se no sofá e nós pegamos nele mas pomo-lo no colo, sem nunca o largar), o meu coração de mãe transborda de babite aguda!

E é assim esta vida, inicial, de mãe de dois!

Venham os passeios ao ar livre, de bicicleta, triciclo, fins de semana no campo no meio dos bichos, férias na praia, piqueniques, idas ao cinema, tardes de domingo invernosas a fazer tardes, e tudo o que anseio fazer com eles!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Parto normal ou cesariana? - dois partos, duas experiências

Bem, sei que muita gente tem esta dúvida: qual é o mais doloroso, o parto normal ou a cesariana? E sei também que, especialmente para as mamãs de primeira viagem, existe uma tentação de torcer interiormente para que o bébé esteja sentado, ou qualquer coisa que o valha, para que se possa decidir por uma cesariana sem qualquer remorso ou sentimento de culpa. I´ve been there, portanto, sei bem do que falo.

Sei ainda que cada experiência é uma experiência, que há partos "pela via baixa" terríveis, carregados de dores e de sofrimento, e que há cesarianas em que as mães nunca chegam a dar um "ai" em todo o processo de recuperação, assim como há partos normais fantásticos e cesarianas com recuperações bastante dolorosas, mas só posso falar-vos da minha experiência, que vale o que vale, mas sempre pode ajudar alguma alma mais desorientada e amedrontada em véspera de parto ou em fase final de gravidez!

Pois bem, a baby M. nasceu de parto normal. Já estava de 40 semanas e 3 dias, e ela não havia meio de querer nascer. Eu fazia caminhadas, eu subia e descia escadas, tudo e mais alguma coisa, e a miúda nada. Sempre que fazia o toque ou o CTG, era um deserto de contracções, e o colo sempre "muito verde", por isso nunca concordei em induzir, pois já tinha aprendido que induzir partos em colo verde é "estar ali a partir pedra"...

Mas quando já passava das 40 semanas, a médica combinou comigo que daquele dia não passava, e então a M. resolver ajudar e, nessa madrugada, as águas rebentaram, e acabei por entrar em trabalho de parto espontaneamente.

Entrei no Hospital de Cascais às 5h da manhã, já com umas VALENTES contracções, e depois como ainda me deram occitocina a coisa ficou realmente muito INTENSA, até porque a epidural não pegou e portanto, até ao momento expulsivo, senti TUDO!

Mas se me perguntarem se foram assim umas dores horríííveis, não, não foram, quer dizer, na altura aquilo custa, mas depois passa e honestamente já nem me lembro muito bem.

A M. nasceu às 14h, foi um parto relativamente rápido, para primeiro filho, mas muito intenso!

O trabalho de parto em si é cansativo, extenuante, estar ali a respirar à cãozinho horas seguidas cansa, e ainda por cima estava de directa (uma vez que ainda não me tinha deitado quando rebentaram as águas), isso não posso esconder. Quando chegou a noite estava cansadíssima e a precisar de dormir 20 horas seguidas, o que não foi possível porque a M. acordava de hora em hora...

Quanto à recuperação, a episiorrafia doi um bocado, mas suporta-se, o pior, no meu caso pessoal, é que a costura ficou mal feita e isso gerou uma complicação pós parto que durou um ano e, isso sim, deu dores horríveis, razão pela qual, apesar de ter tido um parto que, apesar de tudo (da epidural não ter pegado, por exemplo), considerei fácil, optei por fazer cesariana, desta vez.

Bem, a experiência do parto propriamente dita não tem comparação. É a diferença entre um cenário nu e cru de uma mulher a fazer toda a força do mundo, outras a puxar por ela, outra a agarrar no bébé, depois de horas de esforço e dores, ou o estar deitadinha, a sentir uma agradável sensação de "bebedeira" provocada pela anestesia, estar à conversa com a equipa médica ao som de música clássica e vermos o bébé já na mesinha ao lado sem nos darmos conta de como foi ali parar ou sem termos contribuído de forma alguma para aquilo. Era o tal cenário dos anjinhos a tocar harpa que tinha descrito noutro post!

Contudo, apesar do "conforto", perde-se a emoção incomparável de ouvir o choro do nosso bébé após o nosso esforço e vê-lo já deitado no nosso peito mas ainda ligado a nós pelo cordão umbilical, é único e na cesariana não se tem a mesma sensação de triunfo, de vitória, de missão cumprida.

Mas nos dois dias seguintes sem dúvidas que estava fã da cesariana, as dores eram bastante suportáveis, não sentia um terço do cansaço, podia sentar-me sem ter que ser numa almofada em forma de bolo rei (...), tudo às mil maravilhas... até acabar o balãozinho que carregava um analgésico intravenoso milagroso que dura 48 horas após o parto.

Bem, aí as coisas ficaram DURAS! As dores são mesmo muitas, chega a parecer que dá febre, que o corpo está todo inflamado, doía a barriga como se tivesse feito 3000 abdominais na véspera, doíam as costas e o pescoço por estar contraída com dores, e qualquer movimento mínimo que fizesse parecia solicitar a musculatura abdominal e doía horrores. Ainda por cima constipei-me e tinha tosse, e cada vez que tossia parecia que os pontos iam rebentar!! Enfim, sofri um bocado!

Conclusão: no meu caso, não me arrependo da cesariana, pois foi para evitar um mal maior, uma vez que sempre é melhor sofrer uma semana do que um ano, e agora o pior já passou, apesar de ainda me doer a cicatriz, mas para quem não tem qualquer contra indicação, a não ser medo do parto normal, e, repito, da minha experiência pessoal, achei o parto normal bastante menos doloroso do que a cesariana, apesar de mais cansativo, esgotante, etc. De qualquer forma, tanto uma como outra experiência foram suportáveis e todas passamos por isto e é assim que a Humanidade se tem perpetuado, portanto, sem medos! Duma maneira ou doutra, somos o sexo forte e aguentamo-nos!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Já nasceu o baby S!

É verdade!  O baby S. nasceu na quinta feira, dia 7 de Novembro, e é um bébé LINDO, fofo, cheiroso, macio, quentinho, patusco, e já não consigo imaginar a minha vida sem ele!

Agora entendo mesmo quando dizem que para uma mãe é impossível responder qual dos filhos ama mais, e porque me diziam ser um disparate quando tinha receio de não gostar tanto de um segundo filho como da filha que já tinha e conhecia.
É que este milagre e o amor dos filhos, além de incondicional, multiplica-se tantas quantas as vezes que gerarmos alguém. Nenhum deles retira o lugar ao outro, ficamos simplesmente pessoas mais completas porque agora sentimos este amor tão forte por dois seres e não só por um, mais felizes porque agora existem dois seres capazes de nos fazer sorrir e transbordar de felicidade com algo tão simples como um olhar (o S. não faz muito mais do que olhar para mim, quando está acordado, mas só isso já me enche o coração de baba!), mas também mais vulneráveis porque agora tememos por dois e não apenas por um.

Felizmente, com algumas vicissitudes à parte de que falarei com mais tempo (agora ando muito ocupada a ver o S. a dormir e a babar ininterruptamente com a visão daquele rosto angelical e daquelas bochechas a resfolegar enquanto dorme), correu tudo bem. Ele é bonzinho, come e dorme, tem umas manias como todos mas nada que, com a bagagem de estarmos na segunda viagem, não se resolva!

A M., cuja reacção consistia num dos meus maiores receios e angústia, até à data reagiu super bem, foi ver-nos à maternidade, fez festinhas ao irmão, claro que no final da visita queria que eu também voltasse para casa mas acabava por se conformar, e mesmo cá em casa, como quando o vê ele está sempre a dormir, e conseguimos manter a rotina dela intacta, não se ressentiu minimamente com a situação, e parece até estar orgulhosa de ter um irmãozinho assim do género Nenuco cá em casa à espera dela.

E é isto, quando as hormonas acalmarem e conseguir largar um bocadinho o baby S., conto mais pormenores!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Considerações sobre a amamentação

Quando estava a escrever o post anterior dei-me conta que dediquei imenso espaço ao tema da amamentação, e que tal merecia um post só para si, e daí que, pegando num dos parágrafos do post anterior, deixo aqui o que realmente penso sobre este tema que parece despoletar tanta polémica.

"Falámos muito da amamentação, nomeadamente o quão é importante para o bébé, o seu sistema imunológico, a prevenção de futuras alergias, etc, e que não devemos desistir, e tentar vencer as contraditoriedades, porque elas vão aparecer na certa, mas não desistir."

Sei que muitas pensam nisto como um discurso "fundamentalista" e que o leite materno e o de fórmula vai dar ao mesmo, e que nós também quase não mamámos e cá estamos, etc.

Mas temos que ver as coisas como elas são.

A minha geração (nascida no final dos anos 70, pronto, e chega!), nasceu numa época de afirmação e libertação femininas, em que, a meu ver, alguns exageros e confusões se fizeram, pois obviamente que uma mulher tem liberdade de escolha sobre o seu corpo e aquilo que ao mesmo diz respeito, mas também tem a responsabilidade pelo filho que concebeu, e o bem estar do mesmo, e, já diz Sartre, a liberdade implica responsabilidade.
Como tal, acho que não nos podemos demitir das responsabilidades que assumimos ao sermos mães só porque somos "livres", senão esse raciocínio leva-nos a perigosos e discutíveis extremos.

Naquela época e contexto era quase considerado uma "blasfémia" uma mulher andar ali a "estragar o peito" para dar de mamar à criancinha, e, além disso, as mães quase nem licença de maternidade tinham, e os próprios médicos quase que desaconselhavam a prática, por isso, quase nenhum de nós, desta geração de 70 e 80, foi amamentado muito mais do que 2 ou 3 meses, se tanto.

E, de facto, aqui estamos.

Mas eu por exemplo sempre tive e tenho imensas alergias, as quais não sei se teria tido se tivesse sido amamentada mais tempo, o meu irmão também tem, o meu marido também, conheço raras pessoas do círculo da minha geração que não tenha. Terá alguma coisa a ver? Talvez!

Claro que não concordo com aquela ideia também errada e quase ancestral da culpa feminina, da mulher eternamente a pagar os pecados de Eva e a expiá-los através do eterno sacrifício pelos outros, e que por isso deve aguentar sossegadinha, cumprir a sua função de mulher e mãe, custe o que custar.

Nada disso.

Acho que mastites, mamilos em completa e incurável ferida, mães a chorar cada vez que vão dar de mamar durante meses, infecções, etc, são limites mais que aceitáveis para a mulher resolver parar e preservar-se, a si e ao bébé (para quem estas situações também não devem ser muito agradáveis, quanto mais não seja porque o mal estar da mãe transmite-se sempre ao bébé). Nada na maternidade deve ser "a todo o custo".

Mas também não devemos cair no extremo oposto. Nada na maternidade também vem "gratuito" ou isento de custo, sacrifício, a vida muda em todos os aspectos e o nosso bem estar físico é posto em causa em muitas e variadas situações, e não temos outro remédio senão aceitar (se o nosso bébé chorar toda a noite, não temos remédio senão deixar de dormir nessa noite).

Sei por experiência própria que apetece desistir muitas vezes, por vários motivos.
No meu caso, os mamilos fissuraram e doía bastante dar de mamar, nos primeiros meses, depois há alturas em que parece que adormecem na mama, depois outras em que parece que não lhes apetece, depois dormem muito melhor quando bebem biberão com suplemento do que com a mama, depois estamos na rua e dá muito mais jeito dar um biberão do que estar ali com manobras de nos taparmos e dar de mamar em pleno shopping (não é tão prático como dizem, a meu ver, preparar um biberão e dá-lo onde quer que seja é muito mais fácil), depois a mama só nós é que temos e o biberão qualquer um pode dar (esta parte é muuuuito importante nas noites, no poder sair umas horas, etc, quando damos de mamar, não é muito fácil delegar...).

Mas pensei sempre acima de tudo no bem estar da M., que eram contraditoriedades facilmente ultrapassáveis. E por isso dei de mamar até aos seus 8 meses, e só fui deixando de dar porque aí ela já comia sopas, com carne e peixe e tudo, eu chegava muito tarde do trabalho nessa fase em concreto e ela ia logo jantar, e às tantas não conseguia "encaixar" muito bem como ainda a pôr a mamar, a seguir a comer sopa (belherque) (apesar de ainda ter feito isso umas vezes). Mas nunca me "secou" ou "deixei de ter", nem sei se isso é realmente possível, a minha experiência é que é uma fonte natural inesgotável que, se fôr sempre estimulada, vai sempre funcionando.
Confesso que agora com o S. penso que não correrá tão bem, pois o tempo, a calma e a tranquilidade não serão os mesmos, devido à reacção que a M. pode ter com a vinda do irmão, e sei que isso vai gerar uma grande instabilidade, ou estou preparada para isso...  Talvez venha a desistir muito mais cedo, mas, até agora, o que sei é que, se quisermos, conseguimos vencer as adversidades e podemos dar de mamar durante muuuito tempo. E acho que vale a pena fazer esse "investimento pessoal" pelos nossos filhos, se, lá está, tal não implicar nenhum sacrifício desmedido para nós, pois também não fizémos mal a ninguém!


Curso de preparação para o parto- é preciso fazer? Sim ou não?

Bem, preciso assim mesmo imprescindível, absolutamente necessário, diria que não...
Muito útil, sem dúvida que sim.

Numa primeira gravidez, e especialmente quem não tiver grande (ou nenhuma) experiência com crianças, que era o meu caso, pois nunca na minha vida tinha mudado uma fralda (que é uma coisa que depois até nos dá vontade de rir, quando já o fizémos 500 vezes em dois meses...), e, apesar de já ter duas sobrinhas, nunca tinha ficado com elas à minha guarda, à minha responsabilidade.

Quanto à preparação para o "parto" propriamente dito, o que lá vamos aprender não precisaria de dois meses de repetição (que foi a duração do meu curso), numa aula ou duas dava-se a matéria e fazia-se revisão da mesma. No que se refere a este tema em concreto, o que se aprender são basicamente as respirações, que, conforme a contracção seja mais ou menos intensa, deverá ser feita em tempos de uma por segundo ou duas por segundo (o chamado "respirar à cãozinho", portanto). Confesso que, como tive BASTANTES contracções muito juntas e INTENSAS no parto da M., na altura fartei-me de aplicar os meus conhecimentos e pensei mesmo o que seria de mim se não os tivesse, mas hoje em dia não sei se não existirá um qualquer instinto dentro de qualquer uma de nós que nos faça respirar daquela forma exactamente porque permite controlar a dor (um bocadinho, vá...).

Também aprendemos uns exercícios de relaxamento, esses a meu ver mais dispensáveis, pois naquela altura é mesmo IMPOSSÍVEL relaxar, manter o corpo molinho e blá blá blá, quando tudo o que é barriga, rins, parede abdominal, ovários, intestinos, qualquer tripa interna da cintura para baixo parece ficar rijo como uma rocha e empurrar alguém num sentido de saída de forma que não aceita da parte do ser que lá estiver dentro um "não".

E lembro-me também duns exercícios para o períneo e respectivos tecidos fortificarem, não sei se úteis ou não, mas a minha episiotomia foi bastante pequena, portanto, os tecidos lá se devem ter portado bem-? Mas também pode ser genético e não dos exercícios, não sei-?

Mas o que considerei verdadeiramente útil foi a própria preparação para a parentalidade, e o efeito "terapia de grupo" que ali se ia gerando, e a confiança que começámos a ter na nossa querida "mentora", de quem já vou falar a seguir!

Falámos muito da amamentação, nomeadamente o quão é importante para o bébé, o seu sistema imunológico, a prevenção de futuras alergias, etc, e que não devemos desistir, e tentar vencer as contraditoriedades, porque elas vão aparecer na certa, mas não desistir.

No curso, sobre este tema da amamentação, aprendemos algumas dicas para a coisa correr melhorzinho... Nomeadamente:

- usar o Syntocinon (Occitocina) nos primeiros dias para ajudar a "fluir";
- colocar Purelan (como já disse, preferi o Bepantene) nos mamilos (mas o melhor é mesmo passar uma gota de leite no final da mamada);
- antes de dar de mamar, aplicar água quente no peito, para ficar mais líquido;
- se o peito estiver quente e inflamado, aplicar gelo (pode ser um saquinho de ervilhas congeladas!)
- beber muita água, tomar levedura de cerveja ou o Promil para estimular a "produção leiteira" (linda expressão).

Depois aprendemos a gerir rotinas, o que também é importante para quem vai completamente a leste do paraíso nessa história da parentalidade. No nosso curso, aconselharam-nos a começar a rotina do deitar por volta da meia noite, aí dávamos o banho, depois fazíamos uma massagem (ou era ao contrário, já não me lembro!!), maminha e tuuuudo a fazer um grande ó-ó (era mesmo assim que a enfermeira dizia!). Ou seja, nos primeiros tempos, é conveniente deitar o bébé ao mesmo tempo dos pais (ou da mãe, se fôr sempre esta a assegurar as noites, era o meu caso, lá está, porque dava de mamar...), para que aquele primeiro ciclo, à partida maior, de sono, seja aproveitado também pela mãe. Quando temos só um, isto é perfeitamente exequível, agora com dois confesso que estou um pouco desnorteada quanto a esta parte, uma vez que deitamos a M. por volta das 21.30m...

Ou seja, em termos de "matéria", podem agradecer-me estes "fascículos" que aqui vos deixo, porque é isto! Basicamente, é isto, repetido várias vezes durante dois meses. Nesse aspecto, diria que não é absolutamente necessário, porque acho que talvez os pais sozinhos descobrissem estas dicas e tácticas todas, quiçá até mesmo mais ajustadas ao seu estilo de vida e rotinas, e sempre haverá mães, irmãs, amigas, que dão uma ajuda com a sua experiência pessoal (ou não, que às vezes os palpites são demasiado "barulho"... há que saber filtrar...).

Mas o que eu acho que é verdadeiramente importante, é a ligação emocional que se ganha àquele espaço de comunhão, de partilha, de medos, angústias, desejos, e a confiança, se fôr o caso, que se desenvolve com quem nos ministra o curso.

No meu caso pessoal, fiz o meu na Clínica de Santo António da Reboleira, com a Enfermeira Lurdes (já não me recordo do apelido!), que foi sem dúvida um pilar nessa fase da minha vida. Uma verdadeiramente mãezona de todas nós, uma fortaleza, um rochedo no qual nós, as pintaínhas (ou melhor, as galinhas chocas) nos apoiávamos com todas as nossas fragilidades, e ela estava lá sempre para nos esclarecer, acalmar, "endireitar" as ideias e os pensamentos. Tratava-nos como filhas, com uma meiguice nada lamechas, mas uma meiguice que nos fortalecia, pois dedicava-se-nos por completo mas sempre fazendo com que nos mantivéssemos erguidas, sem medos, injectava-nos confiança e força, e essa força sem dúvida que para mim foi essencial naquela fase.

Mesmo depois da M. nascer, foi para a Enfermeira Lurdes que liguei muitas vezes em desespero, fui ter com ela imensas vezes à clínica levando a M. para ela me "orientar", foi uma pessoa essencial porque, além de ter da bébé a distância necessária que os familiares não conseguem ter ("apropriando-se" logo do bébé...), sendo uma profissional, dava sempre os seus sábios conselhos de cabeça completamente fria, de forma racional, sempre injectando confiança em nós como mães (o que é necessário, por vezes), e ensinando-nos a sê-lo de forma firme e sustentada.

Não tenho palavras para lhe agradecer todo o apoio que ela me deu naqueles meses que antecederam e se seguiram ao nascimento da M., e da forma como marcou esse período, por isso, valeu muito a pena fazer o curso.

Por outro lado, a desvantagem é que nos torna demasiado "focadas" em coisas com as quais devemos estar mais descontraídas, pois, quando estamos grávidas pela primeira vez, estamos tão assustadas com o parto, a responsabilidade, etc, que o facto de repetirmos ali a ideia mil e uma vezes pode não ser muito producente. Torna-nos mais obsessivas como o tema, e nesse sentido, frequentar o curso pode ser prejudicial. Fazer visitas aos blocos de partos então acho completamente desaconselhável, pois ninguém quer imaginar pinças de churrasco dentro de nós, ou ver com que instrumentos se rebentam as bolsas, ou com que agulhas se aplica a epidural. Eu desaconselho vivamente..

Moral da história: é útil fazer o curso, mas se não o fizerem, cada mãe descobrirá por si própria (e pai também, claro) a melhor forma de se orientar com o novo elemento que chega à família, estou certa!

Caminhada matinal... revigorante!




Quando estava grávida da M., especialmente quando fiquei em casa (a partir da 34ª semana), comecei logo a fazer caminhadas aqui pelas redondezas. Sempre fiz exercício durante toda a gravidez, fazia hidroginástica, nadava, e frequentava o curso de preparação para o parto, mas a partir do momento em que vim para casa comecei mesmo a caminhar diariamente. A verdade é que me sentia muito mais em forma e mais leve do que agora (talvez porque, objectivamente, estivesse mesmo mais em forma e mais leve!!), mas a verdade é que nada disso amadurecia colos de útero ou provocava qualquer tipo de contracção de treino, nada, este útero era uma calmaria e a M. adorou lá permanecer, e assim foi até às 40 semanas e 3 dias, dia em que ela resolveu nascer, e senti pela primeira vez o que era uma contracção, o que era ouvir dizer que o colo do útero estava amadurecido e permeável e aqueles termos todos, pois até ia só me franziam a cara e diziam: "Hmmm... isto ainda está muito verde....", "que idade é que tem?? Pois, isto com a idade é mais difícil..." (nota, eu tinha 32 anos, não propriamente 46!! Mas enfim!)

Agora, com contracções desde as 20 semanas, repouso desde as 30, a ordem é exactamente a inversa, ficar sossegadinha, nada de grandes esforços, muita água, magnésio, etc. E assim tem sido, dentro do possível, pois quando se tem uma filha de dois anos descanso é já uma utopia não muito concretizável na prática, pois há sempre colos para aqui e para ali, brincadeiras infinitas, refeições, banhos, mudanças de fraldas, noites, enfim, é um descanso relativo! Mas pronto, não fiz qualquer espécie de exercício físico, na verdadeira acepção da palavra!

Mas agora já estou de 39 semanas, e sinto-me tão exausta (o que eu sei que, inversamente ao que se possa pensar, tem a sua origem exactamente no sedentarismo e na inactividade prolongada), que precisava fazer algo para "espevitar", o corpo, os músculos, a alma, pois nada como apanhar a brisa da manhã e encher os pulmões de ar puro e fresco da manhã para revigorar todos os sistemas.

Então, depois de deixar a M. no colégio, lá fui eu deambular por aí, subi escadas, desci escadas, andei, nada de muito exagerado, uma meia hora, e em casa ainda fiz uns alongamentos e uns exercícios de relaxamento ao som de música tibetana!

E que bela maneira de começar o dia! Parece um "shot" de energia, sentimos os músculos a trabalhar, a circulação, a pele a respirar melhor, que saudades que eu tenho do desporto num ritmo assim... diário! Sentia-me tão bem, tão leve (lá está, era mesmo bem mais leve, por esses tempos!...), enfim, um dia recupero o ritmo, até lá, é tentar fazer o que puder ir fazendo!

Agora é beber um batido de frutas multivitaminado (agora tem-me apetecido imenso batidos de várias frutas, assim bem fresquinho!), para repôr os sais minerais, e quem sabe dormir uma sestinha que as noites não têm sido muito descansadas!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Baby M. já quer ser crescida!

Meninas, quem não se lembra do fétiche de andar com os sapatos de salto alto das nossas mães, a sobrar quase metade do sapato por encher? É uma das minhas memórias de infância, e acho que de qualquer menina! Porque será que temos tanta pressa de crescer? É tão bom ser criança, mas quando o somos parece que o mundo "adulto" é que está cheio de piada, glamour! Acho que está mesmo no nosso código genético, e digo no nosso, referindo-me às meninas, porque acho que os rapazes estão sempre mais confortáveis na idade que têm, não os vejo a quererem pôr as gravatas dos pais, ficam bébés por mais tempo, e demoram mais a ligar aos namoricos, enquanto as meninas cedo começam a deitar o olho aos rapazes, a querer pintar unhas e os sapatos e as malas das mães!

Pois a minha M. não é excepção!

Como já aqui tenho dito várias vezes, desde há muito tempo que adoooora andar de mala (super feminina, mesmo que depois guarde carrinhos lá dentro!), e ir aos meus baús de bijuteria tirar pulseiras e colares, e depois anda pela casa com os braços do género estátua a ver se não lhe caem as pulseiras (que coloca quase nos ombros!). Também adora colocar os meus cremes na cara, e fá-lo com um ar muito vaidoso e compenetrado!

Mas esta ainda não tinha apanhado!

Como infelizmente já não consigo usar sapatos de salto alto (ou faria uma figura muito similar à da Popota que, apesar de ser uma hipopótama, anda sempre de vestidos justos e saltos altos, uma hipopótama sem complexos, portanto), tenho que andar quase sempre de chinelos (agora com o frio a chegar tem que ser mesmo ténis!), mas ainda assim a M. achou interessante experimentar!

Quando dei por ela, estava a caminhar na sala com todo o cuidado, com aquele pézinho minúsculo a sobrar nos chinelos, a tentar não tropeçar! Claro que não resisti a fotografar o momento, o que a deixou ainda mais vaidosa!

Não está uma graça? :-)


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Eletta Special Edition by Maria Guedes já mora cá em casa!

Já tinha confessado aqui a uma seguidora, mas confesso-me agora perante todos vós. Sou fraca. A carne cede perante os caprichos e as tentações do consumismo. Mas na verdade até acho que foi um acto altruísta, pois o Pai Natal costuma já andar tão carregado na noite de Natal, e ele também já não vai para novo, que se pudermos aliviar-lhe o peso e começar a trazer as prendas mais cedo para casa, ele agradece.

Pois então logo no dia seguinte àquele em que vos falei do meu desejo natalício, tratei logo de investigar onde se vendiam os ditos relógios, até porque, coincidência ou não, a Maria Guedes colocara no blog que os modelos estavam a esgotar, o que mais me ajudou a decidir que não podia esperar pelo Natal! (Bem, eu ainda tenho esperança de convencer o T. de que mereço uma prenda de "maternidade" ou de "gravidez", whatever, porque afinal isto de carregar alguém dentro de nós 9 meses tem muito que se lhe diga, e de meter esse alguém no mundo idem, e de amamentar esse alguém e acordar 300 vezes por noite aspas) (Eu acho que merecia um presentinho, mas pronto, ele é que sabe...) (As acções ficam para quem as pratica...).

Continuando, lá fui eu, feliz e contente, e lá encontrei os três modelitos felizes e contentes, ansiosos por entrarem no meu pulso para ver qual vinha comigo para casa. e o feliz eleito foi, como já estava à espera, o Baixa!

Também gosto muito do Avenida, mas já tenho o Swatch e um Casio dourados, por isso, achei que o Baixa seria um melhor investimento. Porque é assim meio chique, dá para o trabalho, mas também é muito cool e trendy, é lindo, enfim, nunca mais o larguei!!

Até a M. gostou tanto dele que agora já diz que para o Natal quer um relógio para ela!-? Será que ela já percebe? É que a resposta nunca falha, é sempre "relógio Nena", quando lhe perguntamos o que quer para o Natal.

Vejam lá se não é lindo o bijou novo!!



Quase 39 semanas...os últimos retoques no ninho!

Esta semana entro nas 39 semanas, e portanto quer-me parecer que o baby S. não tarda nada vem cá fora conhecer o mundo real.

Como tenho sempre dito, nunca estive muito preocupada ou nunca pensei muito no parto desta vez, pois acho que o maior pânico que podemos sentir é do desconhecido, e essa é uma experiência que agora já conheço, passei bem por ela, tive a minha dose de sofrimento, é certo (até porque a epidural não pegou...), mas são dores que se esquecem, que não traumatizam. E o parto é algo muito mais natural do que pensamos ou vemos retratado nos filmes e novelas. Eu pelo menos não tive necessidade nenhuma de gritar como se não houvesse amanhã, de fazer força 150 vezes seguidas, de suar 5 litros de suor, nem tive um batalhão de médicos à minha volta a fazerem de "cheer leaders" do parto como vemos nas séries. Bem direito a luzinha de bloco operatório tive, que desse um ar mais "cirúrgico" à coisa. Não. Tudo muito normal. A luz natural inundava a "box" que era simultaneamente um quarto e uma sala de partos onde eu estava instalada, fiquei a maior parte do tempo sozinha com o T. a gerir as contracções, e no momento expulsivo tinha uma série de enfermeiras novíssimas a dar-me alguns palpites sobre como era a melhor posição para fazer força, parecia uma reunião de amigas em que uma estava a ter uma criança, por acaso, depois lá veio a médica, também ela super jovem,fiz força umas três ou quatro vezes e cá estava ela, a baby M., nos meus braços, pronto, foi assim, tão simples quanto isto.

Acredito que haja (e sei que há) relatos bem mais dantescos, mas felizmente, e apesar do problema pós parto que tive, esta foi a minha experiência, e o facto de não ter sido nada negativa (e volto a frisar, não foi minimamente isenta de dor, ou de exaustão, ou de atingir alguns limites, mas pronto, passou-se, rapidamente esqueci), sempre ajudou a que agora encarasse o momento com maior descontracção.

Mas à medida que se aproxima o dia D, começo a ficar um pouco mais ansiosa! Os meus medos (já com a M. também era assim), prendem-se sobretudo com ele, o S., pois acima de tudo espero que corra tudo de forma a que ele nasça bem, saudável, sem qualquer problema, mesmo que isso implique algum grau de sofrimento para mim, a minha principal preocupação é que ele nasça bem. Depois, claro, também gostava de não sofrer assim muito, já agora, que fosse tudo tranquilo, assim com anjinhos a tocar harpa nas nuvens e ovelhinhas a saltarem em prados verdes (visão de tranquilidade).

Esta noite já não preguei olho à conta dos medos, pois parece-me que o S. está a mexer-se menos (o que é normal, pois começa a ter menos espaço), e depois fico a pensar nestas coisas todas e dá-me a espertina.

Paralelamente, e falando de coisas mais práticas, temos tratado daquelas coisas muito práticas e tão simples que uma pessoa quase nem se lembra que tem que as fazer, como: esterilizar chuchas, biberons e tetinas, meter ao ar os tapetes que foram da M. (aqueles "ginásios" para eles ficarem deitadinhos sossegadinhos, coisa que a M. nunca ficava, mas não custa tentar!), lavar e desinfectar a banheira, lavar a almofada de amamentação (comprei uma nova, pois a outra estava imprópria para consumo...), enfim, preparar o ninho com os últimos retoques!