segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Just girls!

A M. reagiu muito bem ao nascimento do baby S.. Muito melhor do que estávamos à espera. Sendo ela, até agora, filha única, habituada a toda a atenção do mundo, a ter mãe e pai sempre disponíveis para ela, esperávamos uma reacção muito ciumenta e possessiva.

Claro que já houve assim uns episódios de ciumeira, de querer estar sempre no colo de quem está com o irmão ao colo, mas por norma lida bem com a disponibilidade que eu tenho tido para ele, até com o facto de dar de mamar (já percebi que a perturba um pouco, mas "aceita", prefere quando o irmão bebe leitinho azul, amarelo ou verde- as cores das tampas dos biberons, mas não se manifesta quando o vê a mamar). Tem imenso cuidado com ele, se chora tenta pôr-lhe a chucha, se mudamos a fralda quer ajudar, está sempre a dar-lhe beijinhos e a fazer-lhe festinhas, e quanto à minha relativa ausência, bem, tem reagido tão bem que quem estava a reagir mal já era eu!

É que eu subitamente deixei de fazer o que quer que fosse com ela: deixei de ir buscá-la ao colégio, de dar o lanche, o jantar, o banho, contar histórias antes de dormir, mas ela andava na maior como se nada fosse. O que, para mim, era, evidentemente, um alívio, pois não queria vê-la sofrer, mas ao mesmo tempo quem andava de coração apertado era eu por ser assim tão "dispensável"!... lol Cheguei a ir buscá-la ao colégio e ela disse-me que preferia ir com os avós, com quem tem ido agora, e eu voltei sozinha para casa! O cúmulo das latas, aquela miúda! 

Mas por acaso nesse mesmo dia, ela ficou super descompensada cá em casa, quando o meu pai veio trazê-la, chorava por tudo e por nada, e pela primeira e até agora única vez, nem quis dar um beijinho ao irmão, e comecei a perceber que, no fundo, ela está a sentir este afastamento, mas a forma de se defender é "ostracizar-me" e mostrar-me que já não precisa de mim. O facto de me ver no colégio relembrou-a dos fins de tarde que passávamos as duas, nos meses que antecederam o nascimento do S., em que ela corria para os meus braços quando me via à sua espera no colégio, fintando os avós que às vezes iam um pouco à minha frente, e não queria nem que se falasse em ir com eles, agarrava-se a mim como uma lapazinha e quase que chorava pelo carro da mamã. E acho que, de certa forma, sentiu uma certa "nostalgia" desses dias (eu também sinto muita...).

Eu e o T. começámos então a fazer um esforço para alterar a estrutura que já se estava a instalar, que era: eu sempre com o S. e ele sempre com a M.. Aliás, a M, pergunta sempre por mim e pelo S., sem dissociar, porque vê-me sempre com ele ao colo, ou a dar de mamar, ou a dar-lhe o banho, etc.

Começámos a tentar inverter este "quadro", eu tento dar de mamar antes dela chegar, e quando ela chega, se o S. ainda tiver fome, o T. fica a dar biberon e eu fico a brincar com ela, e ela adora as brincadeiras que eu invento dos chás de princesas, teatrinhos de fantoches, dar a papa aos bébés, pô-los a fazer "ó-ó", enfim, aquelas brincadeiras para as quais o T. não tem paciência (ele é mais Legos e puzzles...). Assim, ela própria foi cada vez mais tentando novamente captar a minha atenção, e todos os dias antes de ir para a escola queria brincar um bocadinho com a mãe na sala.

Então este fim de semana fomos as duas passear de manhã, sábado e domingo! 
Perguntávamos mesmo se queria ir com a mãe ou o pai (sendo que ela adoooora o pai e é a sua sombra cá em casa), e ela dizia sempre que queria ir com a mãe! No sábado fomos ao jardim dar pãozinho aos patos e depois à praia apanhar conchinhas e dançar (sim, ela adora dançar seja onde fôr...), e no domingo, como estava muito mais frio, já não fomos à praia, ficámos pelo jardim a ver os patos, no parque infantil, a comer pão e bolos na padaria do jardim (sim, eu ando a comprá-la... ehehehhe!), e depois, quando vínhamos no carro, a M. pediu para ir ver a "água ao Parque dos Poetas", ou seja, o espectáculo que há no Parque dos Poetas, de hora em hora, em que as fontes de água "dançam" ao som de música clássica e que ela sempre adorou assistir (ao ponto de, quando ouvimos música clássica cá em casa, ela lembrar-se sempre da "água"). Apesar do frio, lá fomos, e foi um momento super especial estar ali com ela, numa das inúmeras pontes daquele parque tão bonito e sossegado, numa manhã soalheira de inverno, a ver aqueles repuxos a dançar ao som da melodia que se fazia ouvir, ver o ar dela tão feliz, e disfrutar da companhia dela, que já é muita!

Ainda pensei irmos as duas ao Mercadito da Carlota, ao qual tive muita pena de não ir, mas não quis arriscar, pois estava quase na hora do S. acordar e ia precisar novamente da mamã... 

Moral da história: quando temos um segundo filho, é preciso não deixar de estar presente na vida do primeiro, mesmo que eles reajam "bem" e não demonstrem, há sempre ciúmes e há sempre saudades da mãe e da disponibilidade da mãe. Vou tentar sempre estar igualmente presente na vida dos dois, mesmo que isso implique mais cansaço para mim (como quando um adormece às 6h e a outra acorda às 7h...), mas, afinal, eles valem muito a pena!

E agora vou dar largas à imaginação a ver se arranjo mais programas "just girls" para fazer com a M. aos fins de semana!

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