Sempre tive a noção que esta gravidez passava de forma muito mais rápida do que a anterior. O facto de já ter a baby M. absorve muito mais tempo, físico e mental, e o facto da experiência já não ser desconhecida, liberta-nos também de muitos medos e pavores que temos numa primeira gravidez (pelo menos falo por mim), nomeadamente: o parto, se corre tudo bem com o bébé, se é realmente perfeitinho, o parto, se vamos ser boas mães, se vamos ter "forças" para tudo, o parto, o parto, as noites mal dormidas que nos são descritas como bichos papões, o parto e o parto.
Depois, numa primeira gravidez, temos toooodo o tempo do mundo para andarmos em cursos de preparação para o parto, preparar o quarto, comprar tudo o que é necessário e do bom e do melhor, e a sensação que tenho é que, quando a M. nasceu, já eu tinha tudo pronto há imenso tempo. E a minha impressão é que ela nunca mais nascia (na verdade, nasceu depois das 40 semanas).
Agora tem sido tudo diferente. O tempo passa muito mais rapidamente, claro que nove meses são sempre nove meses, mas há tanto em que pensar e gerir, no dia a dia com uma filha de dois anos, e paralelamente tanto para tratar para receber o novo elemento da família, que, efectivamente, os meses foram passando, conquista após conquista, mês após mês, a barreira das doze semanas, o rastreio pré-natal, a ecografia morfológica, a "viabilidade" às 28 semanas, e agora estamos mesmo na recta final.
Não posso dizer que tenha tudo pronto... Ontem finalmente montámos a cama no nosso quarto, onde colocámos uma alcofinha novinha a estrear pelo baby S., já tenho muita roupa lavada e passada, já tenho a mala dele praticamente "pronta" (faltam os produtos de higiene e fraldas), já tenho bomba de amamentação XPTO (espero), sling também novinho a estrear, forras do ovo e espreguiçadeiras lavadas (à medida que escrevo estou a ficar orgulhosa de mim mesmo, pois afinal até já está muita coisa pronta!), mas falta ainda a minha mala para a maternidade, deixar o quarto mais "arrumado", comprar outra almofada de amamentação, talvez outro aparelho de detecção do síndrome da morte súbita.
Mas se nascesse agora a estrutura principal já está montada, o que me deixa mais descansada!
O medo do parto, que também tanto nos atormenta numa primeira gravidez, é também muito "atenuado" na segunda.
No meu caso particular, tinha imenso medo, mas o parto da M. correu de forma perfeitamente normal. Claro que não foi isento de dor, até porque foi muito rápido e, por isso, intenso, contracções muito fortes e juntas, a epidural não pegou a não ser no período expulsivo, mas aquilo depois esquece-se, é uma dor que não fica na nossa memória, não sei porquê, e quando me disseram "é agora, pode fazer força", foi fazer força umas duas ou três vezes e cá estava ela, linda, no meu peito, com a mesma expressão que mantem até hoje, e essa sensação de "triunfo", de pormos um filho no mundo, é inesquecível.
Portanto, passei a gravidez toda tranquila em relação ao parto que se avizinha.
O problema é que tive uma complicação pós parto decorrente de uma episiotomia não muito bem realizada, que neste momento está a começar a dar problemas novamente, pelo que já começo a ficar algo mais "ansiosa" com a coisa.
Quanto aos medos de não sermos boas mães, de não aguentarmos a pressão, a privação do sono, etc, etc, não vou dizer que não esteja minimamente apreensiva, afinal, ter dois não é o mesmo que ter uma, e há rotinas que vamos ter que afinar, será cuidar do baby S. e da baby M., tentando ainda que tudo se passe em harmonia, tentando que ela não sinta (muitos) ciúmes do irmão, mas já sei que sou boa mãe, que sei cuidar, criar e educar um filho, que "aguento" (que remédio) ir trabalhar de manhã mesmo que esteja acordada desde as três da madrugada, passar meses sem conseguir levantar-me depois das sete ou oito, enfim, essas pérolas da maternidade, mas que fazem parte!
Por isso, keep calm and enjoy a recta final, é o meu lema actual! ;-)
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