quinta-feira, 8 de maio de 2014

Vou ser mais leve em 2014 # 9: Filosofias do emagrecimento

E perguntam-me vocês: “Ah e tal, não ias ser mais leve em 2014?? Isso já acabou??”. Não! Esse projecto continua de vento em popa! Não vamos assim em sprint, mas também não é isso que se quer, pois perder peso é uma maratona, uma corrida de resistência, acima de tudo, e não de velocidade.
Sei que a blogosfera, os media, até as livrarias, estão pejadas de “biografias de emagrecimento”, histórias de como a vida mudou para tremendamente melhor desde que os seus autores emagreceram, mas reconheço essa “euforia” do “emagrecimento recente” e é precisamente desse sentimento, que eu sei ser ilusório, que pretendo fugir.
Não é a primeira vez que estou num processo de perda de peso. O primeiro foi mesmo aos meus 16 anos em que, de um momento para o outro, meti na cabeça que ia emagrecer, e sem qualquer tipo de ajudas, nem ginásios, perdi 20 kgs. Obviamente que esta perda teve repercussões na minha saúde, pois na verdade estava com uma anorexia nervosa (pesava 43 kg). Muito honestamente, apesar de ter adorado emagrecer, e de uma série de episódios da minha vida de adolescente se terem despoletado a partir daí (a atenção dos rapazes, vestir-me de acordo com a moda, etc), os problemas que vieram quase anularam essa sensação de “victória”, e na verdade tive que ser medicada e voltei a recuperar peso.
Já mais tarde, quando terminei o curso e comecei a trabalhar, resolvi novamente ter mais cuidado com o que comia (estava com 63 kg), e esse cuidado acrescido, juntamente com o facto de ter ingressado o mundo do trabalho, permitiu-me perder rapidamente 8 kg. Foi também uma fase muito positiva, pois alcançava algumas conquistas e victórias próprias dessa fase da vida (terminar o curso, começar a ganhar o meu salário, comprar o meu primeiro carro), era mais um aspecto que me dava mais confiança, e quando estamos felizes e confiantes, a vida parece correr melhor. Mas atenção, é porque estamos felizes e confiantes, não porque estamos magras. Ou não só por isto.
Em 2005, tendo recuperado o peso entretanto, fui acompanhada por nutricionista, e perdi uma vez mais 8 kg. Dois anos depois entrei no ginásio, onde comecei a treinar à séria, e perdi mais 3 kg, ficando a pesar 52 kg. Devido à intensidade e alguns treinos de hipertrofia muscular, fiquei a pesar 56 kg, mas com muita massa muscular e pouca massa gorda, portanto, com muito pouco volume para o peso.
Sempre que emagreci, senti essa euforia, que vejo descrita nesses blogs, livros, etc. E essa euforia é que me dava aquela disciplina e aquela força de vontade férrea para continuar, para resistir a todas as tentações, para malhar no ginásio como se não houvesse amanhã, mas a verdade é que a magreza, só por si, não traz a felicidade. A magreza pode ajudar-nos a incrementar a nossa auto estima, a acordar com um sorriso nos lábios e enfrentar o espelho e o armário e vestirmos aquela roupa que nos fica tão bem, a passar o dia com um sentimento de leveza e de dever cumprido, tudo isto é ESPECTACULAR, mas de que vale se fôr só isto?
Curiosamente, conheci o T., o homem da minha vida, numa fase “menos magra” (63, 64 kg), não fui uma noiva magra, mas olho para as fotos do meu casamento e adoro, pois a minha felicidade é tanta que me torna na noiva que sempre sonhara ser, independentemente do peso.
Isto tudo para dizer que “I´ve been there”, eu sei como é bom emagrecer, emagrecer rápido, emagrecer muito, mas também si que é a nossa estrutura mental, é o gostarmos de nós e a nossa autoconfiança, que nos torna seres felizes, capazes de apreciar o resto que a vida nos traz de bom, a família, o marido, os filhos, os amigos, o trabalho, as roupas que gostamos de vestir, os passeios, os jantares, as idas à praia, ao cinema, os serões passados no sofá a ver TV, e sim, a perda de peso.
Se a auto confiança melhora por emagrecermos? Sem dúvida! E foi por isso que decidi emagrecer, desta vez. Porque me respeito muito, e gosto muito de mim, e considero que uma “jovem” da minha idade não pode pesar 71 kg! Tanto pela parte estética, como de saúde. Mas nunca foi por não gostar de mim como era ou estava antes, ou por achar que o mundo vai mudar se emagrecer, e porque quero ter para sempre a dieta por companheira, e o processo de emagrecimento como projecto de uma vida. Porque já o foi, tantas vezes, e agora é apenas um de tantos nos quais me empenho,  como me empenho no meu trabalho, no meu blog, no meu papel como mulher, no meu papel como mãe, estou empenhada nesta missão, sim, mas o seu resultado não dita a minha vida.
Era esta a mensagem que, de algum modo, queria transmitir. Que estou numa fase muito tranquila e serena como tudo isto, que entretanto já lá vão 7,5 kg desde que comecei (apesar de todas as facadinhas, que têm sido algumas!), que ainda tenho muito trabalho pela frente, mas que continuo a ser a mesma, a gostar de mim exactamente da mesma forma, a produzir-me exactamente da mesma maneira (isso nunca devemos perder), e que emagrecer é ÓPTIMO, mas não é tudo! Por isso, não vale a pena acelerar! É melhor disfrutar calmamente uma perda sustentada, do que perder rápido e ganhar rápido novamente! É melhor assumirmos antes que nos estamos a educar para sermos pessoas melhores, mais saudáveis, e também mais persistentes, resilientes, e bonitas, mas não só por fora!
Falando de aspectos mais práticos, que eu sei que é isso que mais vos interessa, neste momento estou numa terceira fase da dieta, continuo com o mesmo pequeno almoço (batido com fruta, bebida de arroz, sementes várias), mas com uma novidade, uma colher de sobremesa de proteína de cânhamo.
O lanche do meio da manhã também continua o mesmo: fruta e um punhado de frutos secos.
O almoço também: sopa (facultativo) e legumes crus ou cozidos com peixe, carne ou ovo.
O primeiro lacnche continua a ser fruta e o segundo, devido à minha gulodice extrema (continua a ser difícil viver sem doces!), já pode, de veeez em quaaaandooo ser um iogurte e 4 bolachas maria ou torradas, ou um pãozinho de leite (adoro!) com fiambre. Sendo esta a excepção,e  não a regra (o que eu estou a tentar digerir!).
De resto, tudo na mesma, nada de hidratos de carbono às refeições, nada de lacticínios (tentar, pelo menos), nada de trigo, e, obviamente, nada de doces, fritos, molhos, etc.
Por conselho da minha querida Dra. Iara, estou também a tomar uns comprimidos que são os Bio-Kult ao pequeno almoço e jantar, e a beber um “xarope” (?) da Lanacea, o tropical, que, apesar de saber horrivelmente MAL e dar-me vontade de vomitar (para quem já esteve grávida, estão a ver a prova do açucar e aquela garrafa horrorosa cheia de bebida hiper doce lá dentro, que dá vontade de desistir ao primeiro golinho? É mais ou menos essa a sensação!), mas parece-me que está, de facto, a resultar na eliminação de toxinas e perda de peso!
Agora vem aí o Verão, as idas à praia, e isso também é uma motivação extra para manter o foco!
E é isto!






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