quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Depois da tempestade... vem a semi-bonança

Bem, nunca pensei que fosse tão rápido mas a verdade é que a M. teve uma adaptação à sua nova vida que não estava minimamente à espera.

Aliás, este fim de semana até foi para a porta com o trolley gritar: "Escola! Escola!" e olhava para nós com ar interrogativo como quem diz: "Então? Do que estão à espera?".

Um dos "truques", e que por acaso era uma coisa que me fazia alguma confusão antes dela lá andar, é levá-la um pouco mais cedo do que as nove, eles ficam todos juntos no refeitório, o que antes para mim significava imaginar um bando de miúdos quase sozinhos a chorar desalmadamente, sem qualquer distracção ou atenção, mas não é nada disso, pelo contrário. Como existe um refeitório apenas para os pequeninos (apenas para o ano e os dois anos), são pouquíssimos os meninos que lá estão, e a auxiliar que fica com eles é mesmo a da M., que ela adora, então desde que começámos a ir mais cedo nunca mais chorou, entra logo sem quase se despedir de nós, porque no fundo tem uma recepção mais "personalizada", o ambiente está mais calmo e menos "choroso". Acho que naquela hora e que chegam todos, deve haver mais meninos a chorar, o que acaba por "contagiar", e a educadora e a auxiliar também ficam com menos "mãos" a medir.

Outra coisa importante é eu estar a conseguir acompanhar de perto o processo. Tenho ido todos os dias buscá-la, o mais tardar às 17h, ela quando me vê vem a correr de braços abertos para mim e damos um daqueles abraaaaaços que valem tanto, e depois vimos para casa comer um segundo lanchinho, brincar, etc, acho que ela assim sente-se compensada e a experiência, que podia ser traumática, torna-se mais ligeira. Claro que ela também adoraria ir para casa dos avós (que era o plano inicial) no fim do dia, mas mãe é sempre mãe, e, nestas fases de mudança, é importante a mãe estar presente.

Pelo que me dizem a M. passa lá bem o dia, come bem (esta parte não é de estranhar), é obediente (esta sim, deveras estranha), e não chora.

O problema são os sonos.Tal como esperava, ela nem sempre consegue fazer a sesta, o que significa que nesses dias fica completamente descompensada e para adormecer à noite é um trinta e um, e depois acorda e chora, chora, chora, até os meus ouvidos ficarem gastos (bem, estão a preparar-se para o que se avizinha), e acabo por oferecer colinho (o que eu sei que não devia, mas depois de tanto tempo de tímpanos consumidos pelo choro, qualquer coisa que a sossegue para mim é válida), e ela aceita logo de bom grado. Depois ficamos ali agarradinhas, em perfeita simbiose, até eu tentar pô-la novamente na cama e ela agarrar-se a mim com braços de pinça para não voltar... Não sei como vou resolver isto, mas enfim, um dia de cada vez,  e uma noite de cada vez, também.

No geral, tem sido um processo muito tranquilo. Eu própria superei-me nesta experiência, pois consegui deixá-la sem olhar para trás apesar dos gritos lacinantes dos primeiros dias (só eu sei o que custou não voltar para trás e trazê-la de volta), e tenho passado o dia em absoluta tranquilidade, mesmo sem "notícias" (pois quando estava com os meus pais recebia sms com os "relatórios", como chamávamos, quase de hora a hora), sei que está tudo bem, que ela está bem acompanhada e que são pessoas profissionais e que gostam de crianças que estão a cuidar dela.

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