quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mãe sofre!!!

Pois é! Mãe sofre!

Como tinha andado a ameaçar desde há muito, o Sunshine empreendeu no fim de semana que a Luazinha já tinha esgotado os dias de estadia no quarto dos pais e, consequentemente, tinha que passar para o dela...

Pronto, eu sei que é aconselhável fazê-lo dos 6 aos 8, e que quanto mais tarde pior e blá, blá, blá, mas isso são tudo teorias, porque a verdade prática e cristalina é que os bébés estão bem ao pé das suas mães. Ponto. E as mães estão bem ao pé dos seus bébés!

Não digo que não sentisse falta de ter o nosso quarto, só de nós os dois, de volta, porque tínhamos que entrar em surdina, quase tipo fantasmas, noite após noite, e aos mínimo estalar de dedos de pés, ou resfolhar de lençois, lá começava ela a espernear ligeiramente na cama até acabar mesmo em choro. E depois as ganas que me davam quando o Sunshine ressonava e me acordava a miúda, ou mesmo que não acordasse, só de me sentir nessa iminência, perdia logo o sono, e andava ali às voltas em fúria, e quando finalmente adormecia, ela chorava porque lhe tinha caído a chucha!

Desde os 4 meses que a Luazinha interrompe a noite várias vezes por causa da chucha ou de outros motivos que ainda não consigo saber porque ela não nos explica, às vezes também pode ser fominha, pelo que um dos choros acaba sempre em biberão pelo buchinho abaixo, mas a maioria das vezes era levantar, meter a chucha e voltar numa fracção de segundos para o quentinho da cama.

Pois claro que eu estava a ver a minha vida a andar para trás, pois não só queriam cortar o nosso cordão umbilical e arrancar o meu rebento de ao pé de mim, como me estavam a prometer noites de vigília de um quarto para o outro...

Bem, no domingo lá se deu a coisa.... caminha e senhorinha para o quarto dela.... um vazio enorme no nosso quarto...e no meu coração de mãe...

Eu sei que sou uma caranguejona de gema e que hei-de sofrer muito nesta vida, mas quando vejo o espaço da caminha dela (ou onde costumava estar), a caminha que estava ali há uns dez meses (porque fomos muito previdentes e comprámos logo tudo com muita antecedência), começaram logo a cair-me as lágrimas. Sabia o quão parvo era, mas não conseguia controlar. E olhar para o cantinho onde estava a senhorinha, onde noite após noite lhe dei de mamar, onde lhe dava o colinho antes de a deitar na caminha, agora um canto vazio, sem alma, sem vida.  Eu sei que eles crescem, que se autonomizam, e isso é bom, e também para nós, mães, mas por outro lado sentia que era um ciclo que se fechava, um ciclo com tanta emoção, e que é o primeiro salto que ela dá para fora da redoma que era só nossa. Eu sei que existe um pai, que faz parte de tudo o que fazemos, está sempre presente, somos uma equipa una e indivisível, mas uma mãe carrega um filho na barriga nove meses, depois põe esse filho ao mundo com o seu esforço (no meu caso foi mesmo, pois foi parto natural)(digo, natural no sentido de que não foi cesariana)(não queria referir-me àquelas ondas do "ah eu não quero anestesia quero sentir tudo, inclusivé as dores")(apesar de tê-las sentido na mesma, mas conto isso noutro dia), depois alimenta-o ao seu peito, é uma ligação muito física, muito visceral, a mim não incomodaria nada dormir com ela na cama, apesar de tudo o que os pediatras dizem, não seria um incómodo para mim, mas o Sunshine põe ordem nestes pensamentos ainda "hormonados" (acho que acabei de inventar esta palavra) de mãe e diz-me que isso NEM PENSAR.

Bem, conclusão, ela lá foi e de lá para cá isto tem sido um bocado infernal! Quero dizer, a noite não corre assim tão mal quanto isso, mas no serão, ainda nós estamos acordados, e já ela dorme por exemplo há uma hora, de repente desata num berreiro e chora desalmadamente uma hora e meia se fôr preciso, com várias tentativas de metê-la na cama novamente pelo meio. Ele é burrinho, porquinho, a minha camisola de pijama, leite, aero-Om, usamos todos os truques baixos e legítimos para tentar voltar a adormecê-la e nada! Às tantas só me apetece esganar o Sunshine por nos votar os três a este tormento, pois é evidente que ela não reconhece o quarto e está perdida e quer estar ao pé da mãe!!! Ai hormonas! Parem! Larguem-me! Deixem-me pensar com clareza!!

Hoje é o primeiro dia que ela parece estar mesmo sossegada, daí ter sido só hoje que consegui vir aqui postar alguma coisinha!!

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