domingo, 19 de fevereiro de 2012

Considerações sobre o S. Valentim e o Lapaparrucha

Ontem foi dia de date mensal. Eu e o Sunshine combinámos tentar ir todos os meses uma vez jantar fora, recorrendo ao babysitting dos avós.

Uma vez que foi Dia dos Namorados na terça-feira, e que nesse dia também comemoramos a data do nosso noivado, resolvemos agendar o date mensal para o sábado seguinte a tal efeméride.

Na verdade, muito embora haja uma grande corrente de resistência e oposição no que diz respeito ao Dia de S. Valentim, eu cá sempre fui a favor do mesmo, e dos casais que o comemoram, mesmo quando era solteira, nunca fui daquelas que amaldiçoam a sina dos homens que correm nervosos de ramo de flores nas mãos, ou das mulheres que seguem orgulhosas com outros que tais, dos casalinhos nos restaurantes melosos e apaixonados, sempre apreciei a data e o seu sentido.

E houve inclusivamente anos em que o comemorei, reunindo os amigos solteiros para uma farra de solteiros. Lembro-me que uma vez, mais precisamente o Dia dos Namorados do ano de 2004, que eu e umas cinco ou seis amigas, solteiras, fomos jantar fora, fizémos jogos alusivos à data e tudo, divirtimo-nos imenso, e pouco passava das  dez horas quando os nossos amigos "acasalados" nos ligavam um a um a perguntar onde é que íamos a seguir! Conclusão, acabámos todos, solteiros e casais, a divertirmo-nos no mesmo ponto onde por essa altura parávamos sempre.

Compreendo os argumentos da corrente anti-valentim, ah e tal, nós não precisamos disso para nada, comemoramos e namoramos quando queremos e tal, isso é só comércio e consumismo e confusão... Mas... será? Nos dias que correm, em que não sobra tempo para nada, será que essas alminhas que dizem isso namoram e comemoram assim tantas vezes assim tantas coisas? Eu pelo menos, que sei que até tenho uma relação em que valorizamos bastante o namoro, os afectos, as datas, pois somos os dois signos de Água e, consequentemente, lamechas (um enjoo para quem nos vê, portanto), sei o quão fácil é sermos engolidos pela rotina, especialmente quando se tem filhos, e como nos tornamos na "mamã" e no "papá", parceiros de equipa, que os dias correm e nós desempenhamos as tarefas que nos são solicitadas, trabalhar, chegar a casa, preparar jantar, dar jantar à Luazinha, dar-lhe banho, metê-la na cama, jantarmos nós, arrumar a cozinha, fazer máquinas de roupa, estender ou dobrar, preparar a marmita do dia seguinte.... Sei como é fácil esquecermos que somos o casal, que somos marido e mulher, que antes passeávamos e namorávamos, e por isso é que estas datas, tais como os aniversários de casamento ou de namoro, são importantes, porque nos obrigam a parar, a fazer aquilo que o dia nos ordena, namorar, a lembrar que é isso que somos, eternos namorados.

Tal como o Natal, no fundo, apesar de tanto também se maldizer hoje em dia o pobre do Natal com os mesmos argumentos do consumismo e blá blá blá, o Natal existe para as pessoas pararem, estarem com a família, sentirem coisas boas e aconchegantes, ouvirem músicas quentinhas, comerem coisas boas, mimarem os seus. Claro que tem todo o significado religioso que lhe está inerente, mas, sinceramente, e Deus vai-me perdoar, a maioria das pessoas não pensa sequer nisso, já. É verdade que o consumismo, a obrigação de dar prendas, cada vez maiores, mais e mais caras, transforma a época num stress, numa correria, num rombo orçamental, mas isso é porque se desvirtua a data, a tradição é trocar prendas, sim, mas não é contraírmos créditos para darmos mundos e fundos, é trocar prendas, apenas, e não é assim tão difícil encontrar prendas em conta.

Posto este pequeno intróito, estava então eu a dizer que lá fomos comemorar o valentim, o noivado e também o aniversário da mudança de casa (para verem como comemoramos mesmo TUDO!) ao Lapaparrucha, no Príncipe Real.

O sítio é agradável, tem uma vista interessante sobre Lisboa (digo apenas "interessante" porque para mim que sou da linha de Cascais, tudo o que é vista sem se ver mar é uma vista mais ou menos...), o atendimento razoável (tinham em cada mesa umas campaínhas que comunicavam com uma espécie de relógios que os empregados usavam e, se lá carregássemos, um empregado apareceria- isto é em teoria, porque na prática não apreciam na mesma e tínhamos que usar o método tradicional "ófaxavor!", mas vale a intenção e novidade!), e a comida era boa. Comemos umas almofadas com quatro queijos de entrada, que para mim foi um acto de coragem, pois tenho uma relação de amor ódio com o queijo: adoro queijo derretido, mas detesto queijo. Percebem? Pois, eu sei que é difícil... Mas a verdade é que aquilo supostamente era gratinado, e eu imaginei uma pasta de queijo derretido, mas não, eles eram bem perceptíveis, e quando começo a ver aquelas manchas do roquefort... belherqueeeeee, desisti.

Depois comemos espetada de carne de vaca, que estava muito boa, com guarnições várias, legumes grelhados, maçaroca e batata gratinada.

Como sobremesa, comi gelado de laranja e canela, um sabor agradavelmente supreendente.

Pedimos também margaritas enquanto comíamos as entradas, mas fui incapaz de suportar tanto sabor alcoólico, depois de uma gravidez e de quase oito meses de amamentação, acho que o meu organismos criou uma intolerância ao álcool, o que também não é problema nenhum!

Ora, de 1 a 10, dou nota 6.5, a comida era boa, mas nada de muito original ou criativo, o serviço um pouco lento, e caro para a normalidade que é.

Sem comentários:

Enviar um comentário