Eu sempre fui um animal marinho,
sempre adorei água, em criança lembro-me de ficar no mar até a pele engelhar,
praticamente todo o tempo que estava na praia, estava dentro de água, ou a
comer (enfim, são dois dos meus grandes prazeres...).
O meu pai andava comigo,
segurava-me nas mãos e eu batia as pernas, e mesmo quando era enrolada, o que
sucedeu imeeeeensas vezes pois quem passa os verões de molho é normal e
estatisticamente provável que assim seja, sentia sempre um estranho à vontade e
nunca tive medo, nem mesmo quando era muito pequena.
Aos 6 anos, idade mínima exigível
por qualquer piscina, no meu tempo, entrei para a natação, onde andei até aos
20! Estive só um mês na zona com pé e
passei logo para a “parte funda”, o que ia dando um colapso à minha mãe, que ao
que agora sei até chegou a ser “expulsa” da assistência por manifestar sintomas
de síncope cardíaca ao ver-me esbracejar na piscina para atingir o final.
Enquando fui crescendo notava que
a maioria das pessoas perde esse fascínio pela água e o estar dentro de água. Por
exemplo, na adolescência, as pessoas já não querem muito saber disso, querem é
bronze e estar com os mirones ligados para as matilhas do sexo oposto, ou estar
à conversa, ou a ouvir música, mas eu sempre mantive essa adoração aquática.
Motivo pelo qual fiz o curso de
mergulho em 2006, e passei o ano de 2007 a mergulhar, e adoraaaaava aquela
sensação de poder estar completamente submersa, lá bem nas profundezas (o meu
mergulho mais fundo foi de 33 mts de profunidade), às vezes por uma hora, se o
ar chegasse. É uma sensação espectacular para quem gosta de água, flora e fauna
marinhos!
Bem, posto isto, sempre sonhei
que a Luazinha também adorasse tanto a água como eu, e não puxasse ao pai que,
apesar de também andar na natação há uns 20 anos, é capaz de estar na praia
apenas a torrar e a borrifar-se perfeitamente para o facto da água estar fria
ou suja (os motivos que me levam a não conseguir estar a banhos como antes, bem
como a disponibilidade que quando se tem uma Luazinha por perto não é muita!),
porque ele próprio não faz a menor questão de molhar sequer o pézinho!...
Mas acho que o Sunshine não
estava muito para aí virado, aliás, acho mesmo que ele teve um qualquer trauma
de infância com a água que deve estar recalcado nas caves da sua memória,
porquanto certo dia estávamos a dar banho à Luazinha e eu tinha exagerado um
pouco na quantidade de água na banheira, pelo que ela começou a tremer de medo
e a chorar. O Sunshine, que noutras matérias é todo pelo
“para a frente é que é caminho, se chorares hoje, amanhã já choras menos”, aqui
ficou seriamente sensibilizado e apreensivo, e sempre que eu referia que ia
para a piscina com a Luazinha quando fôssemos de férias, tremia como varas
verdes, pronto, não tremia, mas deixava de dormir nessa noite, vá!
Mas eu não me deixei intimidar e
estas férias lá fomos nós para a piscina dos pequeninos! Primeiro os avós
babões ainda tentaram, cada um à sua vez, serem os iniciantes da neta nesta
prática nova, mas foi apenas com a mamã que ela sentiu a confiança e segurança
para estar toda mergulhada, só com a cabecinha de fora, e começar a ADORAR a
experiência! A sério, ela ria, andava de um lado para o outro (eu sempre a
agarrá-la, como é óbvio, mas ia balaçando o corpo dela de um lado para o outro,
ao género do dragão da sorte da canção “never ending story”, aliás, “trilha”
sonora desta actividade), e por fim até já batia as perninhas e nadava “à
cãozinho”.
O Sunshine lá estava sempre cheio
de medo e super apreensivo, mas com o tempo e o passar dos dias lá foi
percebendo o quanto ela adorava estar ali, e era bom também porque refrescava
(o calor era mais que muito) e ainda dormia uma sestinha de fim da tarde porque
ficava cansada com o exercício!
Por isso agora estou a pensar em
ir com ela para umas aulas de natação para bébés!
Sem comentários:
Enviar um comentário